Introdução:
Trechos da matéria do site GAZETA DO POVO 10/10/2014
No entanto, nos sentimos forçados, em diversas ocasiões, a separar as composições musicais em dois tipos, dois estilos. O mais usual é chamar um tipo de música de “música popular”, e outro tipo de “música clássica”. Mas, visto que a palavra “clássica” tem lá suas desvantagens (que explicarei mais abaixo), ela tem sido substituída por diversos termos, que muitas vezes se revelam piores do que o termo “música clássica”.
Um deles é “música de concerto”, algo bem inexato pois, por exemplo, uma apresentação de um pianista de jazz (jazz é música clássica ou popular???) como Keith Jarrett é um concerto. Prova disso é que sua gravação mais famosa chama-se “O Concerto de Colônia” (The Köln Concert). Pois bem, “Música de concerto”, fica bem claro, é um termo impreciso.
Uma criação da língua portuguesa é ainda pior: “música erudita”. Não encontramos o termo em outro idioma, pelo menos nos idiomas que conheço. A erudição pretendida no termo, além de ter um efeito danoso em relação à popularização do tipo de música em pauta, pressupõe que a erudição é um privilégio de um tipo de música.
O melhor termo que encontro, nesta malfadada divisão, é mesmo “música clássica”, mas mesmo este termo tem seus inconvenientes, que agora explicarei. O termo “clássico” pode ser confundido com um período da história da música que é conhecido como “classicismo musical”, aquele que coincide com a segunda metade do século XVIII. Daí chamar Stravinsky (1882-1971) de um compositor clássico é uma incongruência. E Mozart (1756-1791), seria um compositor clássico do período clássico?
O que percebemos é que no afã de se separar estilos artísticos usamos irremediavelmente termos problemáticos, e muitas vezes temos que consertar as coisas de forma que inúmeras vezes a “emenda saiu pior que o soneto”.
Nos dias de hoje a divisão entre “clássico” e “popular”, em termos musicais, está cada vez mais tênue. “Erudito” é mesmo de matar. “Música clássica”, apesar de bem melhor, é algo historicamente impreciso.
Osvaldo Colarusso
Osvaldo Colarusso é maestro e professor. Já atuou frente as mais importantes orquestras do país, tendo sido maestro da Orquestra Sinfônica do Paraná, de 1985 (ano de sua fundação) até 1998. Regeu um extenso repertório de concertos sinfônicos , óperas e ballets em mais de 500 apresentações no Brasil e no exterior.
Música clássica, música de concerto ou música erudita é o nome dado à principal variedade de música produzida ou enraizada nas tradições da música secular e litúrgica ocidental. Abrange um período amplo que vai aproximadamente do século IX até o presente e segue cânones preestabelecidos no decorrer da história da música. Apesar do nome que remete a algo do '‘passado’' ou '‘antigo’', esta variedade de música é escrita também nos dias de hoje, através de compositores do século XXI que criam obras inéditas, originais e atuais.
Devido à grande diversidade de formas, estilos, gêneros e períodos históricos que geralmente são descritos pelo termo “música clássica”, é uma tarefa complexa listar características que possam ser atribuídas a todas as obras deste tipo de música. Existem, no entanto, características que a música clássica tem e que poucos (ou até mesmo nenhum outro) tipos de músicas apresentam.
Algumas características possíveis da música clássica: Instrumentação, Forma e técnicas de execução, Complexidade, muitas vezes tida como opulenta ou representante de uma sociedade refinada…
Música popular é qualquer gênero musical acessível ao público em geral. Distingue-se da música tradicional por ser escrita e comercializada com fins lucrativos, sendo a evolução natural da música tradicional, que seria a música de um povo transmitida ao longo das gerações. Como o nome mesmo já diz, é a música do povo, gênero que abrange o Jazz, Rock, MPB, que tocam no rádio, música gospel etc.
Segundo o dicionário Grove de Música, “Música Popular” é uma forma destinada ao entretenimento de um grande número de pessoas, expressão utilizada pela primeira vez aplicada à música produzida em torno de 1880, nos EUA, na chamada “Tin Pan Alley”, sendo logo depois empregada na Europa e no Brasil.
As diferenças entre piano clássico e popular:
Embora a música para piano clássico seja diferente do piano contemporâneo ou popular, um bom pianista não só apreciará ambos, como trabalhará ativamente para entender as nuances de cada estilo musical . Apreciando os dois estilos ,bem como os seus métodos correspondentes de instrução permitindo que os músicos tenham um repertório mais amplo quando se trata de tocar piano e também dar-lhes uma ampla gama de oportunidades no futuro.
A instrução de piano popular geralmente se concentra no ensino de acordes, que são conjuntos de três (ou às vezes duas) notas no teclado que produzem um som específico quando tocadas juntas. As músicas pop, jazz e rock são muitas vezes estruturadas em torno de conjuntos de acordes - elas são os blocos de construção da música contemporânea. Este foco nos acordes é a principal área em que a técnica do piano contemporâneo difere do piano clássico.
As principais habilidades que essa escola demanda são o domínio rítmico, já que os ritmos populares são normalmente mais complexos, e conhecimento de harmonia (acordes), já que esse repertório faz uso normalmente dos chamados Song books, onde só são apresentados a melodia principal e a harmonia. Caberá ao intérprete desenvolver um arranjo com essas informações, ou seja, é necessário um alto nível de inventividade para esse repertório. Além disso também é muito comum a prática do improviso.
Assim a abordagem contemporânea ou popular baseada em acordes das aulas de piano é frequentemente descrita como menos formal que a instrução clássica de piano.
Jerry Lee Lewis
Myra Hess (1890-1965)
Os alunos instruídos no estilo clássico geralmente se concentram em aprender a ler notas individuais sobre partituras. Há mais ênfase em tocar músicas que foram escritas no sistema de notação de partituras.
A técnica do piano clássico se trata de ensinar agilidade e velocidade e permitir que os alunos façam peças complexas. Aqueles treinados em técnica clássica essencialmente dominam uma segunda língua, porque eles podem ler partituras. E se você já viu um pianista clássico executar, você sabe que ele pode ser verdadeiramente surpreendente , assistir seus dedos voando pelo teclado em diferentes direções em alta velocidade.
As principais habilidades que se procuram desenvolver nessa escola são a leitura fluente de partituras e a destreza técnica para realizar o repertório. A criatividade do intérprete não é voltada para a invenção, mas para a maneira como se executa o que já está indicado pelo compositor, aquilo que chamamos interpretação.
Independentemente do estilo da música, é importante apreciar o que cada um tem para oferecer. Além disso, se um estilo de música inspira paixão e o outro não, muitas vezes é melhor ir com o que parece mais natural para o músico. E é claro, não há regra que diga que um músico com formação em piano contemporâneo ou popular só pode tocar música deste tipo, ou que pianistas com formação clássica só podem tocar música escrita antes de 1850. Explore estilos diferentes de música e toque o que mais agrada você.
https://www.gazetadopovo.com.br/blogs/falando-de-musica/musica-classica-musica-erudita-qual-termo-e-o-mais-correto/
https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_cl%C3%A1ssica
https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_popular
https://ludovica.opopular.com.br/blogs/papo-musical/papo-musical-1.862967/qual-a-diferen%C3%A7a-entre-a-m%C3%BAsica-popular-e-a-m%C3%BAsica-erudita-1.1069542
https://dongayhardt.weebly.com/blog/the-differences-between-classical-and-contemporary-piano